terça-feira, 10 de agosto de 2010

Papa In Rio

Só vou à igreja quando sou convidado para um casamento ou baptizado, condição essa que também tenho porque ainda não conseguia correr na altura.
Nunca fui dado à religiosidade, e para dizer a verdade até sou um bocado para o herege, e jamais pagaria para ver o Papa, a não ser que trouxesse umas bailarinas exóticas, mas ao que parece, sua Santidade vai fazer uma digressão pelo Reino Unido com bilhetes pagos como se fosse a Lady Ga Ga.
O Vaticano defende que se as pessoas pagam para ver um concerto ou para entrar num museu também devem pagar para ver o Papa.
Estou certo que Jesus também cobrou aos cegos a quem devolveu a visão ou a Lázaro quando o ressuscitou (fodasse e era caso para isso), no entanto não o fez, mas o alemão, acha que sabe melhor que o chefe e decidiu cobrar à pessoas para ouvir a palavra de Deus.
Não creio que tal medida seja absurda e antes de criticar, procurei a razão para que a Santa Sé o esteja a fazer e a mesma é muito simples, a Igreja Católica precisa de dinheiro e urgentemente, ah pois é!
A insituição milenar que esteve ao lado dos últimos imperadores romanos, de Carlos Magno, que sobreviveu a Hitler e Estaline está mais falida que a nossa segurança social.
Não é muito dificil chegar a esta conclusão, a igreja e a sociedade estão num divórcio litigioso há umas boas décadas, a humanidade evoluiu a uma velocidade assustadora, a Igreja Católica Romana ficou a olhar e o resultado agora está à vista, gerações inteiras que nunca puseram o pé numa igreja, nunca meteram um tusto na caixa das esmolas e nunca deram um jantar à pala em sua casa ao abade.
A SIDA dizimou o terceiro mundo mas sua santidade condena o preservativo, os panascas ocupam lugares de grande importância na cultura, desporto e artes mas a igreja é boa demais para eles, a Dona Cremilde levou nos cornos durante 25 anos do marido mas é uma putéfia se quiser o divórcio e nem vamos chegar aos padres que gostam muito de meninos de coro, por cada jovem praticante temos 1000 que ficam em casa a jogar Call of Duty.
Seria injusto não referir o grande trabalho humanitário feito pela igreja em todo o mundo e o conforto que levam a muitos que perderam a esperança, mas os motivos que falei acima são a pedra que a está a arrastar para o fundo.
O desinteresse das pessoas, automáticamente reflete-se nos cofres do Banco Ambrosiano e agora os bilhetinhos ajudam a equilibrar as contas, mas não passam de um penso rápido num buraco de bala.
Todos ainda precisam de fé e de acreditar em algo, e quase de certeza que precisamos todos da igreja, claro que ser ateu está na moda, até o cancro desfazer o pancreas, porque aí chamamos por todos os Santinhos, mas a verdade é que esta Igreja já não nos serve e se quem lá está pensa que é com bilhetes que vai trazer as multidões de volta, então prepare-se para ter uma sala mais vazia que um concerto da Rute Marlene.

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