quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Maribel Maribel

Nunca dei importância aos chamados "casos", a casa pia e o freeport não me fizeram perder nem um minuto, quando falavam disso na Tv mudava logo de canal, passava á frente no jornal, em suma, não valiam uma mensagem no no meu blogue...até hoje!

Apesar de o ter feito com sucesso até à data, hoje não consegui desviar a minha atenção de uma das notícias do mais recente romance dos media portugueses, o caso Face Oculta, já que dava como mais recente arguida, a Maribel.

Quem é a Maribel? Pergunta o leitor curioso.
A Maribel é a secretária de um dos arguidos principais e segundo a notícia também está envolvida na burla.
É completamente desnecessário mencionar que a Maribel é a secretária, já que é um nome genéticamente concebido para secretárias, como Fátinha para contabilista, e Faustino para bebado violento.
Eu conheço a Maribel, sei tudo sobre ela, é provinciana, baixinha, pobre, cabelo pintado, fio de ouro com a cruz e sei também que tem fortes possibilidades de acabar presa.

Não tem direito a segundo nome, como os restantes, Armando vara, Carlos Cruz, ou seja está na classe dos que só têm um nome (como o Bibi que nem um nome inteiro tem) e que acabam no presidio.

A Maribel é o ajudante de heroi que morre com uma bala perdida, a miuda no filme de terror que leva a primeira machadada, o puto que não é escolhido para jogar à bola. A Maribel é o saco de pancada do nosso sistema judicial latino, decadente e extremamente injusto.

Os media foram os primeiros a empurra-la para a cela, tiraram-lhe o segundo nome e isso é meia condenação. Agora segue-se o advogado de qualidade duvidosa (os bons andam muito ocupados), o empurra empurra dos que estão acima dela, e pronto a Maribel, a secretária, é culpada pela burla que aconteceu em algumas das maiores empresas portuguesas.

As prisões estão cheias de zés-ninguém, e uma Maribel a mais ou a menos não faz diferença.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O meu filho é o maior

É natural os pais terem orgulho dos seus filhos, e os pais portugueses não são execepção, como convivo com muitos jovens pais, é frequente ouvir os mesmos a elogiar as fantásticas qualidades dos seus rebentos, o que me leva a acreditar que a nossa próxima geração será de verdadeiros superhumanos, fazendo inveja aos arianos de Hitler.
Expressões como, "o meu filho é alto de mais para a idade", "esperto de mais para a idade", "sabe inglês e francês", são muito comuns.
Com os novos projectos de enriquecimento curricular, promovidos pelo nosso querido estado, que incluem música, inglês entre muitas outras disciplinas , a bazófia dos pais só tende a aumentar (assim como a infelicidade dos pobres putos).
Isto tudo leva-me a pensar, qual é a verdadeira média, se todos estão acima da média?

Não tenho qualquer dúvida, que tal como em muitos outros assuntos, também aqui estamos cheios de ilusões, os estudos da OCDE dão as nossa crianças como das mais pequenas e obesas, a nossa taxa de abandono escolar das mais altas da UE, a nossa delinquência juvenil em ascenção meteórica.

A verdade é que nenhum pai quer admitir que o seu filho quando crescer, provavelmente será vendedor de seguros e não um astro do futebol, por cada Mariza ou Cristiano Ronaldo, teremos milhares de empregados de balcão e operadores de telemarketing.

Todos querem que o seu filho seja o próximo Mozart e não o Fernando da oficina.

A mediocridade é o que espera à maioria (daí a origem da palavra), mesmo que nos tentemos convecer que não, uma pequena parte de nós terá o chamado "bilhete dourado" e outra pequena(?) parte nem à mediocridade conseguirá chegar.

Os media também contribuiram para esta ilusão, fazendo popstars e actores instantâneos, mas também eles voltam à mediocridade passados os 7,5 segundos de fama.

Mas no fundo a culpa é toda nossa, porque nós proprios somos os vendedores de seguros e os empregados de balcão, eternamente descontentes e frustrados, utilizando as gerações vindoras como meio de nos vingarmos da maldita mediocridade em nos encontramos.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os 40 Anos da Rua Sésamo

Hoje a série infantil Rua Sésamo faz 40 anos (cerca de 20 em Portugal) e o António, tal como milhões de outros putos em todo o mundo, foi educado por este programa.
Era um fedelho bem burro e precisava de toda a ajuda possível, por isso às seis da tarde, saidinho da escola, lá estava eu em frente à TV,a aprender a contar, saber que a CEE tinha 12 países, o aeiou, etc.
Eram os bonecos coloridos, eram as cantigas, era a Alexandra Lencastre antes de se tornar uma balofa-mete-nojo, eram bons tempos...
Mas não é por nostalogia que escrevo esta mensagem, mas sim porque passados 20 anos, cheguei à conclusão que algo de estranho se passava neste e em outros programas infantis do meu tempo.
Vejamos o exemplo da Rua Sésamo:

-Egas e o Becas - Moravam juntos num apartamento, sendo que o Becas dava as ordens,gritava e o Egas obedecia passivamente...não vos diz nada?

- Ferrão - Vivia na miséria dentro de um barril e ninguém parecia ter pena dele, daí que estivesse sempre zangado.

- Poupas - Era panasca

- Monstro das Bolachas - Comia que nem um javardo.

Mas a Rua Sésamo não é o único caso, temos também a Heidi que morava com um velho barbudo no meio dos alpes, ou o Marco que procurava a vagabunda da mãe que o tinha abandonado.

E o João e o Pé de feijão?
Roubou o gigante, assassinou-o e raptou-lhe a filha, mas tá tudo bem! Final Feliz.

E o Ali Baba?
Despejou óleo a ferver sobre 40 seres humanos que morreram na maior agonia, um gajo bacano.

Como podem ver, as histórias do nosso tempo não eram assim tão inocentes, quem sabe se os putos que gostavam do egas e do becas não são os mesmos que agora querem casar com outros meninos, ou se a gaja que atirou ácido ao namorado não gostava do Ali Baba?

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pessoas que se parecem com outras pessoas II

Não sei porquê, mas só consigo encontrar semelhanças envolvendo o plantel do Benfica!

David Luiz, Jogador de Futebol



Sideshow bob, personagem fictícia da série animada "The Simpsons"

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O Cartel de Lisboa

Este é um blogue de teorias, e claro está que não podia passar sem uma boa teoria da conspiração, é obrigatório, como um estilista ser paneleiro, ter algo que faça os leitores olhar por trás do ombro.
Marcianos entre nós? O estado controla-nos através de ondas de rádio? Que irá ser?
O António decidiu escrever sobre algo mais mundano, mas que infelizmente nos passa ao lado mais vezes do que devia, estou a falar dos preços dos bens e serviços que pagamos. Eu sei que irão pensar, "ai tão economicoso que ele anda (inventei esta palavra agora)", mas a verdade é que será bem mais interessante do que parece (ou não).

Tão Amigos que somos!

Portugal modernizou-se e em certos sectores onde tinhamos uma única empresa, agora temos várias, na teoria isso representaria uma competição de preços com ganho para o consumidor, certo?Errado!
 
O que nós temos são carteis de preços, onde as empresas praticam preços identicos, não deixando opção ao consumidor.
Há mais empresas, mas pagamos sempre o mesmo ou mais.
 
Isso é possível?
 
Em Portugal é, porque a nossa adorada Autoridade da Concorrência não serve para nada excepto para custar um balurdio aos contrbuintes (aumento de 14 % este ano).
 
Para que não pensem ques estou a cagar bitaites aqui vai um exemplo:
 
 
Banda Larga  Saltitão 3 gb = 30,39 €
 
Banda Larga CCM 3 gb = 30,39 €
 
Banda Larga fodafode = 29,58 €

(como não tenho dinheiro para pagar a um bom advogado, os nomes estão ligeiramente diferentes)
 
Duas empresas portuguesas e uma multinacional estrangeira praticam preços idênticos, coincidencia?
 
Existem muitos outros exemplos e nem é preciso chegar aos combustiveis...
 
Pensem nisso...

É barato? Então é melhor acabar!
 
Por outro lado nos últimos anos também têm aparecido, principalmente nas grandes superificies, os chamados produtos de marca branca, inicialmente era uma percentagem residual do que se vendia, no entanto, dado empobrecimento da população portuguesa, este número tem aumentado (estes são mais baratos).
Para quem é pobre, isto são óptimas noticias, em vez de escolher entre leite mamosinha ou parvalat, pode agora escolher de marca branca, e assim poupar uns tostões...final feliz...ou não!
 
Existe uma certa associção de empresas de produtos de marca que está a apanhar no cu com toda esta situação, e não tardaram em reagir, como podemos ver nas notícias abaixo:
 
26-10-2009| (inserir nome da associação)
 
"Associação defende revisão do modelo de negócio"
Entrevista à Directora-geral da Associação:
Os fabricamntes queixam-se de desigualdade concorrencial; os retalhistas vêem nesta solução uma proposta de valor válida para o consumidor e uma forma de assegurar margens e controlo do produto, assumindo as suas marcas como elemento estratégico e diferenciação.

"Associação pressiona Autoridade da Concorrência"
A Associação pede uma actuação rápida da Autoridade da Concorrência.
Em causa está a possível limitação da acção dos fornecedores, face aos distribuidores, enquanto players no mercado.
 
 
Para os leigos da linguagem económica isto é chinês, no entanto traduzido quer dizer:
 
"Estamos a ser fodidos pela marca branca e queremos que a populaça pague caro outra vez"
 
Agora a ADC já é amiga e agora já queremos que intervenha.

Podia continuar o resto do dia, mas acho que vou ficar por aqui.
Deixo a promessa que em futuras mensagens deste blogue voltarei à ordinarice e à vulgaridade.