quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O meu filho é o maior

É natural os pais terem orgulho dos seus filhos, e os pais portugueses não são execepção, como convivo com muitos jovens pais, é frequente ouvir os mesmos a elogiar as fantásticas qualidades dos seus rebentos, o que me leva a acreditar que a nossa próxima geração será de verdadeiros superhumanos, fazendo inveja aos arianos de Hitler.
Expressões como, "o meu filho é alto de mais para a idade", "esperto de mais para a idade", "sabe inglês e francês", são muito comuns.
Com os novos projectos de enriquecimento curricular, promovidos pelo nosso querido estado, que incluem música, inglês entre muitas outras disciplinas , a bazófia dos pais só tende a aumentar (assim como a infelicidade dos pobres putos).
Isto tudo leva-me a pensar, qual é a verdadeira média, se todos estão acima da média?

Não tenho qualquer dúvida, que tal como em muitos outros assuntos, também aqui estamos cheios de ilusões, os estudos da OCDE dão as nossa crianças como das mais pequenas e obesas, a nossa taxa de abandono escolar das mais altas da UE, a nossa delinquência juvenil em ascenção meteórica.

A verdade é que nenhum pai quer admitir que o seu filho quando crescer, provavelmente será vendedor de seguros e não um astro do futebol, por cada Mariza ou Cristiano Ronaldo, teremos milhares de empregados de balcão e operadores de telemarketing.

Todos querem que o seu filho seja o próximo Mozart e não o Fernando da oficina.

A mediocridade é o que espera à maioria (daí a origem da palavra), mesmo que nos tentemos convecer que não, uma pequena parte de nós terá o chamado "bilhete dourado" e outra pequena(?) parte nem à mediocridade conseguirá chegar.

Os media também contribuiram para esta ilusão, fazendo popstars e actores instantâneos, mas também eles voltam à mediocridade passados os 7,5 segundos de fama.

Mas no fundo a culpa é toda nossa, porque nós proprios somos os vendedores de seguros e os empregados de balcão, eternamente descontentes e frustrados, utilizando as gerações vindoras como meio de nos vingarmos da maldita mediocridade em nos encontramos.

Sem comentários:

Enviar um comentário